A área jurídica possui uma diversificação enorme e pode englobar diversos setores, ambientes e profissionais. Em empresas, por exemplo, ela é responsável pelas tratativas, atividades, tarefas e funções relacionadas aos aspectos legais, judiciais e extrajudiciais.

Na realidade, o setor como um todo pode ser explicado desta maneira e o seu conceito aplicado em diferentes locais de atuação. Seja para uma empresa pública, privada, do terceiro setor ou até mesmo o próprio escritório de advocacia.

Além disso, a área jurídica está em constante expansão e atualização, seguindo as novas tendências do mercado e atualização das leis. Isto também vale para os profissionais que atuam no setor e o que se espera deles daqui para frente.

Nesse sentido, a KMPG International, uma rede global de firmas membro independentes, que atuam no setor jurídico e em outros serviços diversificados, como auditorias, impostos, consultoria de gestão e estratégia, entre outros, lançou uma pesquisa sobre as perspectivas jurídicas até 2025.

De acordo com o estudo, daqui a dois anos, os profissionais serão mais enxutos, rápidos e inteligentes (tradução literal – Leaner, Faster, Smarter). A pesquisa ainda aponta diversos pensamentos e previsões para a área jurídica em 2025. Confira abaixo os principais tópicos!

10 perspectivas para área jurídica até 2025

1) Menor quantidade de advogados na equipe jurídica – Um dos primeiros pontos apontados pela pesquisa é de que metade da equipe jurídica não será formada por advogados. Isso pode soar estranho, principalmente dentro da área jurídica.

No entanto, esta é uma tendência identificada já a mais tempo. Diversas atividades não jurídicas são fundamentais para o funcionamento dos escritórios e, em grande parte, muitas destas vêm sendo substituídas por robôs e automação.

Desse modo, o trabalho para os advogados se torna essencialmente jurídico, técnico, analítico e estratégico. Além disso, com a automatização de diversas funções, o trabalho se torna mais ágil e preciso dentro do escritório.

2) Avaliação do trabalho baseado em indicadores chaves de desempenho – Cada vez mais é exigido alto padrão de qualidade no nível do trabalho dos escritórios de advocacia. Por isso, diversos métodos de análise de desempenho foram surgindo ao longo dos anos. Tudo isso na tentativa de qualificar ainda mais os serviços.

Uma tendência atual é a avaliação através dos KPIs, que são indicadores chaves de desempenho. Eles têm como objetivo fornecer dados precisos para que as melhores tomadas de decisão sejam feitas.

Nesse sentido, os indicadores captados são alinhados diretamente com a área jurídica, oferecendo personalização e dados especializados no que realmente importa para o negócio. Podemos citar, por exemplo, os indicadores de sentenças (procedente, improcedente e parcial procedente).

Eles somente terão sentido claro se forem organizados conforme tipos de demanda, locais de trâmite, entre outros. Assim, é possível fornecer aos líderes as possibilidades de mudança no negócio, o que evita o ainda reduz os riscos destas ações.

3) A importância dos Diretores de Operações Jurídicas – Outra tendência da área jurídica é que os Diretores de Operações Jurídicas se tornarão tão importantes quanto os Diretores Jurídicos. Nesse sentido, os gestores jurídicos necessitam de pessoas que estejam ao seu lado, prontos para organizar o trabalho e suportar diversas pressões diferentes.

Ou seja, os líderes precisam gerenciar diversos outros trabalhos e problemas, deixando que CEOs e outros diretores dentro da operação do jurídico façam um trabalho especializado por eles. 

Ainda vale destacar que isso ocorre bastante hoje em dia, mas é uma tendência que precisa ser mais implementada para melhorar a gestão das empresas.

4) Experiência do cliente é algo central – Pode parecer uma abordagem dos empreendimentos de vendas, mas deveria ser muito mais considerada nos escritórios de advocacia. A experiência do cliente é algo fundamental para o sucesso do negócio, se tornando um grande diferencial no mercado da área jurídica.

Muitas vezes o foco está nos resultados processuais, enquanto deveria se tomar uma atenção preciosa para as soluções efetivas ao cliente. 

Essa tendência sugere uma evolução dos escritórios e do tipo de atendimento oferecido. Com toda a certeza, aqueles que melhorarem nesse quesito primeiro, terão melhores resultados a curto e longo prazo.

5) Trabalho jurídico padronizado e automatizado – É inegável que a automatização dos trabalhos na área jurídica são um avanço em relação ao tempo de execução e qualidade do trabalho. Isto também vai ocorrer para o trabalho jurídico, principalmente para quem está na seara da advocacia empresarial.

É muito mais prático, barato e eficiente internalizar os processos com robôs e controlar de perto a informação do que terceirizar esse tipo de serviço. Esta é a oportunidade perfeita para as empresas entregarem análises, pareceres e detalhamentos precisos. 

Nesse sentido, os trabalhadores da área poderão focar em outras tarefas mais importantes, como até mesmo o relacionamento com os clientes, destacado anteriormente.

6) Leitura de dados é fundamental – Nesse tópico da pesquisa, a tendência apontada para a área jurídica é de que a leitura de dados será tão importante quanto a leitura de termos legais. Os dados são fundamentais para os escritórios de advocacia. Nesse sentido, os algoritmos, os robôs, as automações e o crescimento da Inteligência Artificial terão cada vez mais impacto no setor.

Com esse tipo de tecnologia, a leitura de dados será feita de maneira mais ágil e extremamente precisa. Tudo isso colabora com o trabalho do advogado, que obterá uma sistematização de todas as informações necessárias de maneira organizada e sem chances de erros.

7) Cultura e mentalidade – Apesar do avanço tecnológico, que veio facilitar diversas funções, devemos saber que o trabalho humano não pode ser substituído em diversos momentos. Por exemplo, saber administrar a cultura da empresa e ter inteligência emocional, atributos fundamentais para ajustar a sua visão do mercado e se destacar em todos os setores.

8) A onipresença do ciclo de vida de contrato – De acordo com a pesquisa, o Contract Lifecycle Management (CLM) terá um impacto cada vez maior no setor. Basicamente ele é o gerenciamento de ciclo de vida de contrato, cujo objetivo é economizar tempo e melhorar o desempenho da gestão de contratos.

Nesse sentido, sua atuação será quase tão importante quanto a gestão de riscos empresariais/corporativos Enterprise Risk Management (ERM) e o Customer Relationship Management (CRM), gestão de relacionamento com o cliente.

Resumindo: será muito mais importante estabelecer métodos para manter o contrato dos clientes ativos do que gerir riscos ou captar novos clientes

9) Não haverá linha entre Legal Tech e Tech – Ainda é possível perceber a divisão entre Legal Tech (empresas de tecnologia focadas exclusivamente na área jurídica) e as Tech (empresas de tecnologia).

No entanto, a tendência para a área jurídica é que as empresas se aperfeiçoem para serem mais generalistas e atender todos os setores do local. Ou seja, os softwares jurídicos, que colaboram com esse setor específico cada vez mais conversarão com os demais softwares da empresa.

10) Processos de contratação totalmente online – Após a realização das entrevistas, todos os trâmites legais de uma contratação não precisarão de papéis e deslocamento desnecessários. 

Possivelmente até mesmo as entrevistas, que muitas vezes já ocorrem online, também serão substituídas. No entanto, para esses casos a conversa frente a frente ainda é o mais indicado na hora da contratação.

Nesse sentido, vale destacar que devemos usar a tecnologia sempre a nosso favor, para facilitar as nossas vidas e trabalho. O contato humano ainda é fundamental e necessário em diversas ocasiões, algo que a máquina não pode suprir.

Categorias: Informativo

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